GRI 3-3 Gestão do tema material Água e Efluentes
A água é um bem essencial para a vida humana, para a preservação de ambientes naturais e da biodiversidade, assim como para a produção da Bracell. Preservá-la, por meio da conservação de nascentes e da proteção de matas ciliares nas áreas em que operamos, é um compromisso assumido pela Companhia. Indo além, nos desafiamos a reduzir, até 2030, 47% de nosso consumo hídrico por tonelada de produto fabricado. São todos movimentos que demonstram a seriedade com a qual abordamos o tema em nossas operações.
Nossas práticas de gestão sobre esses temas objetivam a redução do consumo hídrico na produção de celulose, a preservação da água e das bacias hidrográficas, incrementar a eficiência no consumo do recurso em nossas operações industriais, gerenciar riscos e impactos de disponibilidade hídrica e ter ganho de eficiência na gestão de efluentes gerados em nossos processos de fabricação.
Integram nossas práticas de gestão de água processos de monitoramento e controle da captação, do descarte e do consumo em nossas operações florestais e industriais. São parte de nosso Sistema Integrado de Gestão políticas corporativas, procedimentos operacionais, matrizes de riscos, aspectos e impactos ambientais. Essas regras atendem aos requisitos das normas certificadoras ISO 14001, ISO 9001, Programa para o Endosso da Certificação Florestal (PEFC), à legislação brasileira competente, às normas regulamentadoras e a protocolos internacionais de gestão em sustentabilidade.
Os departamentos de Meio Ambiente e Certificações das operações florestais e industriais são responsáveis pelo Sistema Integrado de Gestão e têm reporte direto à alta liderança em relação à melhoria contínua de práticas de gestão e performance nas certificações e processos realizados anualmente.
Como parte do Bracell 2030, nossa estratégia de sustentabilidade, temos meta de eficiência hídrica em nosso processo industrial. Até 2030, queremos atingir 47% de redução no consumo de água por tonelada de celulose produzida, alcançando 16,6 m3/adt. Em 2024, o nosso consumo totalizou 19,2 m3/adt, atingindo a meta prevista para o ano.
Em nossas operações florestais, especificamente na silvicultura, planejamos o plantio de eucalipto a partir do estudo de zoneamento climático, conduzido pelo departamento de Pesquisa & Desenvolvimento Florestal. Esse estudo analisa dados históricos de clima, como índices de precipitação, temperatura e latitude. A partir desses dados coletados, são recomendadas áreas para plantio com mais disponibilidade hídrica (leia mais sobre nossa gestão em Ação pelo Clima).
Estamos ativamente engajados na redução do uso de produtos químicos nocivos e fertilizantes inorgânicos em nossas operações florestais com potencial de contaminação do solo e recursos hídricos. No que concerne ao compromisso de não utilizar produtos químicos listados nas convenções de Estocolmo e Roterdã, a empresa busca alternativas à sulfluramida para o manejo de formigas cortadeiras, participando de programas cooperativos e realizando testes internos para identificar opções mais seguras.
Quanto à minimização do uso de fertilizantes inorgânicos, a Bracell investiga o uso de fertilizantes organominerais produzidos a partir de resíduos orgânicos da própria fábrica, com um estudo de viabilidade para uma planta de compostagem. Além disso, iniciou a produção de sulfato de potássio a partir de um efluente do processo de fabricação de celulose, o que reduzirá a dependência do cloreto de potássio importado.
Classe de produto | Princípio ativo dos produtos |
Fungicida | Azoxistrobina + Difenoconazol |
Fungicida | Mancozebe + Azoxistrobina |
Fungicida | Metconazol |
Fungicida | Piraclostrobina |
Fungicida | Tebuconazol + Trifloxistrobina |
Herbicida | Flumioxazina |
Herbicida | Fluroxipir + Triclopir |
Herbicida | Glifosato |
Herbicida | Haloxifope |
Herbicida | Haloxifope + Cletodim |
Herbicida | Indaziflan |
Herbicida | Isoxaflutole |
Herbicida | Oxyfluorfen |
Herbicida | Saflufenacil |
Herbicida | Sulfentrazone |
Herbicida | Triclopir |
Inseticida | Acetamiprido + Bifentrina |
Inseticida | Alfa-cipermetrina |
Inseticida | Bifentrina |
Inseticida | Deltametrina |
Inseticida | Fipronil |
Inseticida | Imidacloprido |
Inseticida | Isocicloseram |
Inseticida | Sulfluramida |
Inseticida | Tiametoxam |
Gestão da captação de água
Em nossa fábrica do Polo Industrial de Camaçari (BA), a captação de água é realizada em 11 poços subterrâneos, distribuídos próximos à fábrica, localizados na Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte, com outorga definida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Inema), órgão ambiental do estado da Bahia. Também há captação de água subterrânea na fábrica da Bracell Papéis no Nordeste, em Feira de Santana (BA), realizada através de 14 poços subterrâneos, igualmente com outorga emitida pelo Inema. Esses poços são monitorados continuamente para acompanhamento da vazão de captação, do nível da lâmina d’água e da qualidade hídrica disponível, respeitando os padrões estabelecidos pela legislação.
Em nossas fábricas do Distrito Industrial de Lençóis Paulista (SP), a água captada é proveniente de seis poços tubulares e de água superficial do Rio Tietê – essa última fonte a 22 km da fábrica. A unidade possui também um sistema de captação de água da chuva. Temos, ainda, captação de água subterrânea em nossos dois viveiros localizados em São Paulo, um no site de Lençóis Paulista (SP) e outro no município de Avaí (SP).
A captação superficial e subterrânea também é realizada em nossas operações florestais que atendem as fábricas de Camaçari (BA) e Lençóis Paulista (SP). Do total de pontos de captação, 37 estão localizados nas operações florestais da Bahia, 251 em São Paulo, 14 em Minas Gerais e duas no Paraná, cujos direitos de uso são autorizados pelo órgão ambiental competente. O controle e o monitoramento desses pontos são realizados periodicamente, de acordo com as condicionantes de seu licenciamento (leia mais no conteúdo GRI 303-3 Captação de água).
Na Bahia, a captação ocorre em seis rios principais: Pojuca, Subaúma, Itariri, Inhambupe, Sauípe e Imbassaí. Em São Paulo, ocorrem em nove Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs): Aguapeí, Peixe, Alto Paranapanema, Médio Paranapanema, Pontal do Paranapanema, Tietê Batalha, Tietê Jacaré, Tietê Sorocaba e Piracicaba/Capivari/Jundiaí. A captação em Minas Gerais inclui o Ribeirão da Onça, Ribeirão Jacurutu, afluentes do Ribeirão Jacurutu, Rio do Peixe, Córrego Sobrado e Rio Jequitaí. No Paraná, ocorre no Ribeirão Jundiaí.
Avaliamos os impactos relacionados à água por meio de uma matriz que analisa a escala e intensidade do manejo florestal, implementando medidas para prevenir e mitigar impactos negativos. Estudos periódicos avaliam o impacto do manejo na qualidade dos cursos hídricos, com análises até 2024, indicando um manejo não impactante.
Plano de Monitoramento de Recursos Hídricos
Por meio de nosso Plano de Monitoramento de Recursos Hídricos, registramos os volumes captados de forma a atender às condicionantes das outorgas para uso da água e do licenciamento ambiental que são emitidos pelos órgãos ambientais.
Em nossa fábrica localizada no Polo Industrial de Camaçari (BA), a gestão hídrica é conduzida por uma empresa autônoma do polo, que monitora a disponibilidade hídrica em relação ao volume e qualidade. É parte do Plano de Gerenciamento de Recursos Hídricos a gestão de riscos e desenvolvimento de planos de ação direcionado a 100% das empresas do Polo de Camaçari (leia mais sobre a gestão da qualidade de efluente em GRI 303-4 Descarte de água).
A Bracell compromete-se com a proteção dos cursos de água naturais por meio da implementação de zonas de amortecimento. Utilizamos dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para georreferenciar todas as informações sobre as fazendas sob gestão da Bracell. Em nosso sistema de informação geográfica, cruzamos essa coleta com outras bases, como as de unidades de conservação, de zonas de amortecimento e de áreas de proteção ambiental. Isso delimita os procedimentos operacionais em cada propriedade da Companhia, a depender das restrições e condições dos planos de manejo (leia mais em Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade).
Gestão do consumo
Nossas fábricas têm circuito parcialmente fechado de água, o que permite a reutilização ao longo do processo produtivo, reduzindo a necessidade de captação.
Em nossa nova unidade de Tissue em Lençóis Paulista (SP), a água utilizada no processo de fabricação é retirada da própria celulose, purificada no processo produtivo e reutilizada, garantindo menos captação de recursos hídricos e mais eficiência no uso da água.
Na Bracell Papéis Nordeste, em Feira de Santana (BA), as águas residuárias são recuperadas após tratamento e retornam para o processo, garantindo ainda menos consumo de água fresca. Vale destacar que o conceito de circuito fechado é plenamente aplicado na unidade, que foi concebida para reutilizar 100% da água de processo (leia mais sobre os atributos de sustentabilidade de nossas operações em GRI 2-6 A Bracell).
No viveiro, utilizamos água para a irrigação das mudas. Em nosso viveiro localizado na Bahia, também temos áreas de florestas plantadas de eucalipto. O excedente da água utilizada na irrigação é direcionado para sistemas de drenagem, infiltrando-se no solo dos talhões de eucaliptos. Nas operações de manejo, a água é utilizada para diversas finalidades, incluindo o molhamento de mudas, a preparação de caldas para aplicação de produtos químicos, o combate a incêndios, a umectação e manutenção de estradas florestais, e a lavagem de maquinários.
A Bracell Bahia colabora com entidades públicas e a comunidade para garantir o suprimento sustentável de água, monitorado por uma empresa autônoma no polo de Camaçari, que identifica riscos e estabelece planos de ação (leia mais no conteúdo GRI 303-2 Gestão de impactos relacionados ao descarte de água).
A fim de assegurar o uso adequado da água, é realizado periodicamente o monitoramento ambiental em nossas operações florestais e industriais, tanto em São Paulo quanto na Bahia. Esse monitoramento é conduzido por laboratórios acreditados na NBR ISO/IEC 17025, incluindo análises da qualidade das águas subterrâneas e superficiais e da potabilidade para água de consumo humano, assegurando conformidade com as legislações vigentes.
Gestão do descarte de efluentes
Nossas fábricas de celulose têm certificação ISO 14001/2015, que garante a identificação sistemática de pontos críticos de consumo, por meio de uma ferramenta interna de gestão de aspectos e impactos ambientais, que estabelece controles específicos, como limites de consumo e estratégias de reúso/redução.
Somos a primeira empresa do setor de celulose no estado de São Paulo a adotar tratamento de efluente em três fases:
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Primeira fase: remoção de fibras e compostos inorgânicos, utilizando processos mecânicos para separação de resíduos sólidos;
-
Segunda fase: tratamento da matéria orgânica por meio de sistemas biológicos, que reduzem a carga orgânica do efluente;
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Terceira fase: polimento final do efluente tratado por meio de um sistema de flotação química, garantindo a qualidade do efluente antes do retorno ao Rio Tietê.
O tratamento terciário de efluentes permite uma performance capaz de manter uma eficiência de remoção de carga orgânica, medida pela Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), de aproximadamente 98% – resultado superior ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama 430/2011). Além disso, cerca de 92% da água captada do Tietê é devolvida ao rio após o processo industrial como efluente tratado.
A abordagem da organização para estabelecer os limites de descarte é baseada em regulamentações ambientais, incluindo o artigo 18 do Decreto nº 8.468/1976, o Art. 16 da Resolução Conama n° 430/2011, o Termo de Referência Cetesb, o Parecer Técnico 072/18/IPSE e certificações como Nordic Swan e EU Ecolabel (leia mais no conteúdo GRI 2-6 A Bracell).
Na fábrica do Polo Industrial de Camaçari, depois de consumidas no processo produtivo, as águas residuais são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento interno da Bracell, que conta com sistema de decantação. Em seguida, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel, empresa responsável pelo tratamento secundário biológico (lodos ativados), com garantia de remoção de carga orgânica superior a 95%. Após essa etapa, o efluente tratado é direcionado por um emissário para lançamento no oceano, em atendimento à legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011) e a determinações do órgão ambiental estadual, o Inema.
A Bracell opera com padrões de qualidade de efluentes que superam as exigências regulatórias nacionais, destacando-se pelo rigor no monitoramento e tratamento de parâmetros como DBO e Demanda Química de Oxigênio (DQO).
Nas operações de São Paulo, a DBO opera com níveis aproximadamente 98% superiores ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011), refletindo a eficiência do sistema de tratamento terciário exclusivo da Companhia.
Nas operações da Bahia, o monitoramento contínuo da DQO garante a eficácia do processo primário, enquanto a eficiência na remoção de carga orgânica é assegurada pela etapa secundária – que, devido à mistura com efluentes de outras indústrias no complexo, não permite mensuração direta do resultado específico da Bracell no efluente final lançado via emissário submarino.
Comitês de Bacias Hidrográficas
Participamos ativamente nos Comitês de Bacias Hidrográficas das regiões onde atuamos, buscando debater o uso sustentável dos recursos hídricos. Integramos os seguintes comitês e programas:
- Comitê de Bacias Hidrográficas do Recôncavo Norte e Inhambupe (Bahia);
- Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Lençóis (CGBH-RL);
- Programa de Monitoramento e Modelagem de Bacias Hidrográficas (Promab) do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef), do estado de São Paulo;
- Promab, programa de monitoramento, de 25 anos, realizado na Bahia.
Buscamos promover, ainda, ações estruturadas junto aos nossos stakeholders, especialmente com as comunidades locais e fornecedores, visando à preservação e recuperação de nascentes e o uso eficiente dos recursos hídricos.
GRI 303-1 Interações com a água como um recurso compartilhado
A Bracell tem fábricas no Polo industrial de Camaçari (BA), no Distrito Industrial de Lençóis Paulista (SP) e em Feira de Santana (BA) e operações florestais – da silvicultura à colheita – nos estados de São Paulo, Bahia e Sergipe. O controle do volume de água fresca captado e o monitoramento dos riscos e dos impactos potenciais aos recursos hídricos são realizados de acordo com a legislação, com a licença ambiental e com as normas certificadoras que fazem parte do Sistema Integrado de Gestão da Bracell.
Nos sites de São Gonçalo dos Campos (BA) e de Pombos (PE) não há captação de para o processo produtivo, uma vez que são considerados secos.
A empresa adota uma abordagem estruturada para a captação, consumo e descarte da água em suas operações, garantindo conformidade ambiental e eficiência hídrica.
Fontes de captação de água:
- Água superficial e subterrânea, em pontos licenciados
- Águas residuais tratadas
- Abastecimento público
Formas de consumo de água:
- Consumo de água potável
- Uso em sanitários
- Resfriamento industrial
- Laboratórios e pesquisa
- Limpeza e manutenção de instalações e equipamentos
- Sistemas de combate a incêndios
- Refeitórios e cozinhas
- Água de processamento de produtos (como ingrediente ou parte do processo de produção de um produto)
- Irrigação de paisagens e jardins
- Produção de mudas e plantio de florestas
Formas de descarte de água:
- Lagos e rios (com permissão após tratamento adequado)
- Reúso
- Estações de tratamento de esgotos públicos
- Outras formas:
- Área florestal na Bahia: bases em Alagoinhas, Inhambupe e Entre Rios utilizam fossas sépticas; a base de Alagoinhas também conta com uma caixa separadora de água e óleo, com análises laboratoriais dos efluentes. Resíduos são periodicamente coletados e tratados por empresas licenciadas.
- Área industrial na Bahia: após consumo no processo produtivo, águas residuais são coletadas, tratadas internamente e direcionadas à Cetrel para tratamento secundário biológico antes do descarte no oceano.
Identificação de impactos ambientais:
A empresa reconhece os impactos ambientais relacionados à água, que incluem:
- Consumo excessivo de água
- Poluição hídrica
- Erosão do solo e sedimentação
- Emissões de gases de efeito estufa
Abordagens para identificação de impactos:
- Avaliação de impacto ambiental
- Avaliação de conformidade regulatória
- Avaliação de riscos hídricos
Escopo das avaliações de impacto:
- Avaliação do consumo de água das operações
- Avaliação das descargas de efluentes
- Monitoramento da qualidade da água
- Análise de conformidade legal
- Inovação e eficiência para reduzir o consumo de água
Prazo das avaliações de impacto:
- Programas de médio prazo para mudanças sustentáveis
- Monitoramento contínuo
- Avaliações iniciais para identificação de riscos e impactos
Ferramentas e metodologias para avaliação:
- Benchmarking setorial
- Indicadores de desempenho ambiental
- Sistemas: Softexpert e SOGI
- Identificação e avaliação de aspectos e impactos ambientais
- Planilha LAIA para registro e controle
Gestão dos impactos:
A empresa adota medidas para minimizar impactos e gerir a água como um recurso compartilhado:
- Redução de consumo específico de água: manutenção e acompanhamento de consumo;
- Erosões e assoreamento: abertura e manutenção de malha viária florestal conforme os procedimentos de cada unidade de negócio;
- Disponibilidade de recursos hídricos: planejamento de silvicultura para minimizar consumo de água na Bracell Bahia; metas de redução de consumo nos viveiros.
Objetivos e metas relacionados à água
- Alinhadas com metas públicas e ODS 6 (ONU);
- Consideram políticas públicas e contexto local;
- Apoio de stakeholders (sociedade civil, associações comerciais etc.);
- Baseadas em limites sustentáveis e contexto de bacias hidrográficas;
- Estabelecidas anualmente, validadas por comissão técnica de garantia ambiental.
Os fornecedores avaliados em relação a aspectos sociais e ambientais são aqueles que atuam diretamente nas operações da Bracell. A Bracell não avalia a gestão de temas de sustentabilidade na cadeia de seus fornecedores. Não foram registrados ou identificados impactos nas operações da Bracell relacionados à água por parte de seus fornecedores.
(Leia mais sobre nossas práticas de gestão de água e efluentes no conteúdo GRI 3-3 Gestão do tema material Água e Efluentes).
GRI 303-2 Gestão de impactos relacionados ao descarte de água
Nossas fábricas de celulose têm certificação ISO 14001/2015, que garante a identificação sistemática de pontos críticos de consumo, por meio de uma ferramenta interna de gestão de aspectos e impactos ambientais, que estabelece controles específicos, como limites de consumo e estratégias de reúso/redução. Nossa gestão de efluentes é realizada com atendimento aos padrões de lançamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama n° 430/2011), do Decreto Estadual n° 8.468/1976 e das diretrizes dos órgãos ambientais competentes.
Na gestão de água e efluentes, são monitorados riscos de impactos potenciais, como contaminação de corpos hídricos e de ecossistemas devido ao descarte de efluentes. Também são monitorados riscos de impactos reais, como estresse hídrico em regiões já vulneráveis, afetando ecossistemas aquáticos e o abastecimento de água para comunidades locais. Esse impacto apresenta extensão abrangente e intensidade alta. A Bracell possui controles internos para prevenir e mitigar esses riscos.
A organização não possui instalações operando em locais onde não há exigência legal para o descarte de água.
Gestão de efluentes na produção de celulose kraft e solúvel
Para atendimento às legislações e requisitos das normas certificadoras, avaliamos em nossas operações de São Paulo a classe do corpo d’água receptor para garantir o lançamento ambientalmente adequado, sempre com autorização do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE).
Somos a primeira empresa do setor de celulose no estado de São Paulo a adotar tratamento de efluente em três fases:
-
Primeira fase: remoção de fibras e compostos inorgânicos, utilizando processos mecânicos para separação de resíduos sólidos;
-
Segunda fase: tratamento da matéria orgânica por meio de sistemas biológicos, que reduzem a carga orgânica do efluente;
-
Terceira fase: filtração avançada (polimento final), garantindo a qualidade do efluente antes do retorno ao Rio Tietê.
O tratamento terciário de efluentes permite uma performance capaz de manter uma eficiência de remoção de carga orgânica, medida pela Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), de aproximadamente 98% – resultado superior ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011). Além disso, cerca de 92% da água captada do Tietê é devolvida ao rio após o processo industrial como efluente tratado.
A abordagem da organização para estabelecer os limites de descarte é baseada em regulamentações ambientais, incluindo o art. 18 do Decreto nº 8.468/1976, o art. 16 da Resolução Conama n° 430/2011, o Termo de Referência Cetesb, o Parecer Técnico 072/18/IPSE e certificações como Nordic Swan e EU Ecolabel (leia mais no conteúdo GRI 2-6 A Bracell).
Na fábrica do Polo Industrial de Camaçari, depois de consumidas no processo produtivo, as águas residuais são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento interno da Bracell, que conta com sistema de decantação. Em seguida, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel, empresa responsável pelo tratamento secundário biológico (lodos ativados), com garantia de remoção de carga orgânica superior a 95%. Após essa etapa, o efluente tratado é direcionado por um emissário para lançamento no oceano, em atendimento às portarias n° 16.507/2018 e n° 18.841/19 do Inema, Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama n° 430/2011) e das diretrizes dos órgãos ambientais competentes.
Gestão de efluentes na produção de Tissue (site de Lençóis Paulista)
Em nossa fábrica de papéis do site industrial de Lençóis Paulista (SP), temos uma única Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que centraliza o tratamento de todos os efluentes gerados nas operações de papel e celulose. O efluente do processo industrial da Bracell Papéis é enviado à ETE, assim como os efluentes provenientes das duas linhas fabris de celulose.
Gestão de efluentes na produção de celulose solúvel e especial
Para garantir a qualidade da gestão dos efluentes, em nosso site industrial de Camaçari (BA), monitoramos regularmente parâmetros físicos, químicos e biológicos, dentre os quais a demanda química de oxigênio (DQO), que determina a performance financeira da operação e possui indicador de carga orgânica para gestão e acompanhamento periódico. Esse indicador é utilizado na avaliação de eficiência do Sistema de Tratamento de Efluentes, que compreende a estação da Bracell na fábrica de Camaçari (tratamento primário – decantação) e da Cetrel, companhia instalada no Polo Industrial de Camaçari, responsável pelo tratamento secundário (lodos ativados) do efluente gerado pela Bracell.
O monitoramento contínuo do DQO garante a eficácia do processo primário, enquanto a eficiência na remoção de carga orgânica é assegurada pela etapa secundária – que, devido à mistura com efluentes de outras indústrias no complexo, não permite mensuração direta do resultado específico da Bracell no efluente final lançado via emissário submarino.
O monitoramento constante dos efluentes industriais garante a ecoeficiência do processo de produção de celulose solúvel. Também mede, de forma indireta, a qualidade do sistema de recuperação de químicos, a perda de fibras do processo industrial e a qualidade de retenção de sólidos do sistema de tratamento primário da fábrica.
No processo de gestão de efluentes industriais são consideradas duas principais correntes:
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Efluente orgânico (SO): derivado do processo industrial e do sistema de águas pluviais, com algum tipo de subproduto do processo industrial. Corresponde à maior fração do efluente gerado na fábrica sendo conduzido ao tratamento primário, internamente, e secundário, externamente, pela Cetrel;
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Efluente inorgânico (SI): também chamado de sistema de águas não contaminadas, representa a fração de efluentes gerados de sistema de coleta pluvial e/ou sistemas sem contaminantes, como purga das torres de resfriamento e trocadores de calor.
Para ambas as correntes, são monitorados parâmetros das portarias n° 16.507/2018 e n° 18.841/19 do Inema. Para o lançamento dos efluentes tratados, é considerado o perfil do corpo receptor, em atendimento à legislação federal específica (Resolução Conama n° 430/2011), além de determinações do órgão ambiental estadual Inema.
As águas residuais do processo produtivo são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento de efluentes, composto por tratamento preliminar (gradeamento e correção de pH) e tratamento primário (decantador convencional e sistema de remoção de lodo). Esse processo busca remover mecanicamente sólidos sedimentáveis, compostos basicamente por fibras celulósicas, extraídas na forma de lodo primário. Em seguida a esse processo interno na Bracell, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel. Após o tratamento secundário, o efluente é lançado no oceano por meio de um emissário.
As ações de monitoramento dos efluentes dos viveiros de produção de mudas avaliam a qualidade do efluente para evitar alterações na qualidade do solo. As ações de monitoramento dos efluentes do posto de lavagem, localizado na oficina da empresa em Alagoinhas (BA), avaliam a qualidade do efluente para evitar alterações na qualidade.
Gestão de efluentes na produção de papel (site de Pombos-PE, Feira de Santana-BA e São Gonçalo dos Campos-BA)
A gestão de efluentes nas unidades industriais de Feira de Santana (BA), São Gonçalo dos Campos (BA) e Pombos (PE) foi estruturada para garantir máxima eficiência ambiental e atender integralmente à legislação vigente. Cada unidade apresenta um perfil operacional distinto, o que demanda soluções específicas para o gerenciamento dos resíduos líquidos gerados.
No site de Feira de Santana (BA), onde ocorre a fabricação de bobinas jumbo roll, o processo industrial foi desenvolvido em circuito fechado, não havendo qualquer lançamento de efluentes industriais no meio ambiente. O tratamento é realizado em Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) própria, que remove impurezas para permitir o reúso da água no processo industrial, reduzindo impactos ambientais e otimizando o uso de recursos hídricos.
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Tratamento preliminar: a água passa pela lagoa aerada, que estabiliza temperatura, pH e vazão, garantindo a oxigenação antes da entrada na ETE;
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Tratamento primário: no decantador primário, sólidos mais pesados são separados e o lodo primário segue para adensamento e centrifugação;
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Tratamento secundário: o efluente é direcionado para equalização, que mantém a vazão e a oxigenação. Em seguida, passa pela aeração, na qual as bactérias aeróbias degradam a matéria orgânica dissolvida. No decantador secundário, o lodo ativado é separado da água tratada, recirculando parte para a aeração e descartando o excesso conforme necessário. O lodo extraído passa por adensamento e centrifugação, separando a fração seca, enviada ao aterro sanitário, enquanto a água retorna ao processo. A água clarificada segue para a cisterna, que a direciona para os filtros de limpeza, removendo partículas menores antes do tanque de reúso, que bombeia a água de volta para as máquinas de papel. Esse ciclo garante a eficiência na remoção de impurezas e a reutilização da água no processo industrial.
Já nas unidades de São Gonçalo dos Campos (BA) e de Pombos (PE), a produção é voltada para fraldas descartáveis e para a conversão das bobinas jumbo roll. Nessas unidades, destaca-se o uso de tecnologia de processo seco, que não demanda utilização de água, resultando na geração exclusiva de efluentes sanitários. Não há, portanto, geração de efluentes industriais nesses locais. Os efluentes sanitários são coletados em sistemas próprios e, periodicamente, removidos por caminhões sugadores, que transportam o material para estações de tratamento licenciadas: em São Gonçalo dos Campos (BA), o envio é feito para a ETE de Feira de Santana (Ba), enquanto em Pombos (PE), a destinação ocorre para a ETE de Recife (PE).
GRI 303-3 Captação de água
A Bracell realiza continuamente estudos de zoneamento climático, a partir da análise de dados históricos de clima, como índices de precipitação, temperatura e latitude. Por meio desse mapeamento, são identificadas áreas de mais aptidão para o plantio de eucalipto. Além disso, com base nessa informação, são feitas recomendações técnicas específicas por região, como alocação de clones, adubação, entre outras. A Companhia não realiza captação em áreas de estresse hídrico.
Na operação de celulose em São Paulo, o volume de captação de água doce de superfície é contabilizado a partir de medições diretas nos pontos outorgados para manejo florestal. Também se considera a captação em poço no site industrial de Lençóis Paulista (SP), utilizado para produção de mudas no viveiro. Os volumes captados são registrados em um banco de dados interno, seguindo as legislações vigentes e contemplando todas as frentes operacionais da Companhia. As outorgas incluem a captação de água superficial do Rio Tietê e a captação subterrânea de poços. A Bracell Papéis São Paulo não realiza captação direta de água do ambiente, utilizando a água proveniente da Bracell Celulose São Paulo (leia mais no conteúdo GRI 3-3: Gestão do tema material Água e efluentes).
Na operação industrial da Bahia, as captações subterrâneas são medidas por hidrômetros instalados, com operação por meio de telemetria. As captações superficiais são registradas em fichas de controle, seja em formato impresso ou digital via survey. De acordo com o procedimento interno, todas as captações de água, tanto superficiais quanto subterrâneas, são reportadas à equipe de Meio Ambiente, que compila, analisa e reporta os dados aos gestores das áreas. A operação segue a Portaria n° 25.954, que autoriza a captação de água subterrânea na bacia hidrográfica Recôncavo Norte, bem como a Portaria Inema nº 22.181 de 22 de janeiro de 2021, que define critérios para monitoramento e controle do uso dos recursos hídricos no estado da Bahia.
A Bracell, em suas operações florestais na Bahia, possui uma rede de monitoramento ambiental que abrange 23 pontos de análise da qualidade das águas superficiais (rios da região), oito pontos de análise da qualidade de águas subterrâneas (poços artesianos), 13 pontos fixos de análise da potabilidade da água (para fins de consumo humano), cinco pontos móveis de análise da potabilidade da água nas frentes de serviços (também para fins de consumo humano), 37 pontos de análise de vazão dos rios nos locais outorgados para captação de água superficial, dois pontos de lançamento de efluentes dos viveiros florestais e um ponto de lançamento de efluente de caixa separadora de água e óleo.
Nas sedes de quatro fazendas, na Bahia, também há captação por meio de poços artesianos. Nesses casos, a água captada é destinada ao consumo humano. O volume é registrado em banco de dados interno da Companhia, gerenciado de acordo com as legislações vigentes e considerando todas as frentes operacionais da Bracell.
Em 2024, houve algumas mudanças em relação aos dados de captação de água de nossas operações quando comparamos com os dados reportados em 2023. A captação de água superficial nas operações florestais da Bahia teve uma redução de 61%. Já nas operações de São Paulo, houve aumento de 50,2% na captação das operações florestais e redução de 3,9% nas industriais.
Na captação de água subterrânea, houve diminuição de 5,4% na captação das operações florestais da Bahia e de 12,4% em São Paulo. A operação industrial de São Paulo apresentou redução de 2,6%.
A captação de água nas operações florestais de São Paulo foi menor em comparação a 2023 devido aos períodos secos que marcaram o ano de 2024 e aumentaram a intensidade de irrigação. A área de plantio em 2024 também foi superior à de 2023, com impacto no aumento da área irrigada. Na operação, também houve melhoria nos processos de controle dos indicadores de água, contribuindo com ganho de qualidade na gestão dos indicadores. Nas operações do viveiro, em São Paulo, houve redução no volume captado como consequência das boas práticas de manejo. Não houve alterações significativas que justifiquem a variação dos dados de volume captados em relação a 2023.
Nas operações industriais de São de Paulo, a redução na captação de água é consequência do fechamento do circuito de água na fábrica e maior recirculação de água da lagoa pluvial para tratamento na ETA e uso industrial (esse volume, em 2024, foi mais do que o dobro do valor de 2023). Percentualmente, o total de água recirculada em relação ao total captado foi 2,4% em 2023 e 5,1% em 2024. Também explica a redução na captação de água a partida da fábrica da Bracell Papeis, conectada à fábrica de celulose de Lençóis Paulista, planta com tecnologias desenvolvidas para a eficiência no consumo de água do Tissue. A gestão de água, que ocorre de forma integrada nas duas fábricas, agregou, ainda, melhorias de processos nesse tema na operação industrial.
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 2.198 | 0 | 2.198 | 29.456 | 0 | 29.456 | 4.811 | 0 | 4.811 | 64.927 | 0 | 64.927 | 25.351 | 0 | 25.351 |
São Paulo Celulose | 309.165 | 0 | 309.165 | 328.484 | 12.947.445 | 13.275.929 | 314.537 | 49.223.892 | 49.538.429 | 457.789 | 52.016.479 | 52.474.269 | 550.327 | 49.972.528 | 50.522.855 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 1.144.604 | 1.144.604 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 |
Bracell | 311.363 | 0 | 311.363 | 357.940 | 12.947.445 | 13.305.385 | 319.348 | 49.223.892 | 49.543.240 | 522.716 | 52.016.479 | 52.539.196 | 575.678 | 51.117.132 | 51.692.810 |
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 889.754 | 14.720.841 | 15.610.595 | 872.245 | 14.559.672 | 15.431.917 | 851.887 | 15.145.471 | 15.997.358 | 874.462 | 15.738.831 | 16.613.293 | 827.071 | 15.681.068 | 16.508.139 |
São Paulo Celulose | 282.428 | 6.831.882 | 7.114.310 | 395.258 | 7.071.663 | 7.466.921 | 405.286 | 6.520.494 | 6.925.780 | 556.641 | 4.342.162 | 4.898.803 | 486.285 | 4.231.181 | 4.717.466 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 214.184 | 214.184 |
Bracell | 889.754 | 14.720.841 | 22.724.905 | 1.267.503 | 21.631.336 | 22.898.838 | 1.257.173 | 21.665.965 | 22.923.138 | 1.431.103 | 20.080.993 | 21.512.096 | 1.313.356 | 20.126.433 | 21.439.789 |
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 891.952 | 14.720.841 | 15.612.793 | 901.701 | 14.559.672 | 15.461.373 | 856.698 | 15.145.471 | 16.002.169 | 939.389 | 15.738.831 | 16.678.220 | 852.422 | 15.681.068 | 16.533.490 |
São Paulo Celulose | 591.593 | 6.831.882 | 7.423.475 | 723.742 | 20.019.108 | 20.742.850 | 719.823 | 55.744.386 | 56.464.209 | 1.014.430 | 56.358.642 | 57.373.072 | 1.036.612 | 54.203.709 | 55.240.321 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 1.144.604 | 1.144.604 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 214.184 | 214.184 |
Bracell | 1.483.545 | 21.552.723 | 23.036.268 | 1.625.443 | 34.578.781 | 36.204.224 | 1.576.521 | 70.889.856 | 72.466.377 | 1.953.819 | 72.097.472 | 74.051.291 | 1.889.034 | 71.243.565 | 73.132.599 |
Nota 1: a Bracell Papéis foi fundada em 2023 e reporta pela primeira vez a sua performance ambiental referente ao ano de 2024. A Bracell Papéis Sudeste não possui pontos de captação próprios (superficial e subterrânea), utilizando água já captada pelo site industrial da Bracell, de Lençóis Paulista (SP), onde há fabricação de celulose.
Nota 2: o volume de captação de água para as operações de São Paulo Celulose e Papéis Sudeste, considera exclusivamente as fontes primárias da fábrica de celulose, quais sejam: seis poços subterrâneos e uma captação superficial no Rio Tietê.
Nota 3: o volume de captação da operação de Papéis Nordeste considera a unidades fabril de Feira de Santana (BA). Nos sites de São Gonçalo dos Campos (BA) e Pombos (PE) não há captação de água, uma vez que os processos industriais empregados são considerados secos.
Nota 4: o volume de captação da operação florestal considera a captação dos pontos outorgados nos estados de Minas Gerais e Paraná, além do estado de São Paulo. Ambos são controlados e monitorados pelo departamento de Meio Ambiente Florestal da Bracell São Paulo Celulose. Saiba mais sobre a gestão de água da florestal no conteúdo GRI 3-3 Gestão do tema material Água e Efluentes.
Ano | Volume (m3/adt) |
2020 | 30,04 |
2021 | 26,85 |
2022 | 20,42 |
2023 | 20,69 |
2024 | 19,20 |
GRI 303-4 Descarte de água
Somos a primeira empresa do setor de celulose no estado de São Paulo a adotar tratamento de efluente em três fases:
-
Primeira fase: remoção de fibras e compostos inorgânicos, utilizando processos mecânicos para separação de resíduos sólidos;
-
Segunda fase: tratamento da matéria orgânica por meio de sistemas biológicos, que reduzem a carga orgânica do efluente;
-
Terceira fase: filtração avançada (polimento final), garantindo a qualidade do efluente antes do retorno ao Rio Tietê.
O tratamento terciário de efluentes permite uma performance capaz de manter uma eficiência de remoção de carga orgânica, medida pela Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), de aproximadamente 98% – resultado superior ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011). Além disso, cerca de 92% da água captada do Tietê é devolvida ao rio após o processo industrial como efluente tratado.
A abordagem da organização para estabelecer os limites de descarte é baseada em regulamentações ambientais, incluindo o art. 18 do Decreto nº 8.468/1976, art. 16 da Resolução Conama n° 430/2011, o Termo de Referência Cetesb, o Parecer Técnico 072/18/IPSE e certificações como Nordic Swan e EU Ecolabel (leia mais no conteúdo GRI 2-6 A Bracell).
Na fábrica do Polo Industrial de Camaçari, depois de consumidas no processo produtivo, as águas residuais são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento interno da Bracell, que conta com sistema de decantação. Em seguida, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel, empresa responsável pelo tratamento secundário biológico (lodos ativados), com garantia de remoção de carga orgânica superior a 95%. Após essa etapa, o efluente tratado é direcionado por um emissário para lançamento no oceano. O processo é realizado em conformidade aos padrões definidos pelas portarias n° 16.507/2018 e n° 18.841/19 do Inema, Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama n° 430/2011) e das diretrizes dos órgãos ambientais competentes.
A Bracell opera com padrões de qualidade de efluentes que superam as exigências regulatórias nacionais, destacando-se pelo rigor no monitoramento e tratamento de parâmetros como Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). Nas operações de São Paulo, os indicadores específicos alcançaram 13,8 mg/L (DBO) e 207,3 mg/L (DQO), ambos superiores aos limites máximos estabelecidos pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011), que especificamente para DBO é de 60%. Isso reflete a eficiência do sistema de tratamento terciário exclusivo da Companhia.
Nas operações da Bahia, o monitoramento contínuo do DQO garante a eficácia do processo primário, enquanto a eficiência na remoção de carga orgânica é assegurada pela etapa secundária – que, devido à mistura com efluentes de outras indústrias no complexo, não permite mensuração direta do resultado específico da Bracell no efluente final lançado via emissário submarino.
A Bracell não detectou substâncias na água de descarte que causem danos irreversíveis ao corpo d’água, ecossistema ou saúde humana. Para a definição das substâncias prioritárias no descarte, a Companhia segue a Diretiva de Qualidade da Água Potável da OMS.
Em 2024, foram registrados três casos de não conformidade nas operações da Bahia, nos meses de março, abril e junho. Elas são relacionadas aos parâmetros de pH, SST e SSD no Sistema Inorgânico (SI), reportadas ao Inema conforme exigido. As variações foram causadas por fortes chuvas, que aumentaram a vazão do sistema. A equipe operacional intensificou inspeções para identificar e corrigir as causas dessas ocorrências, reforçando medidas para garantir o cumprimento dos padrões ambientais.
A Bracell Papéis Nordeste não realiza lançamentos de efluentes e a Bracell Papéis Sudeste encaminha seus efluentes integralmente para a estação de tratamento do site de Lençóis Paulista (SP). Não realizamos o descarte de água em áreas de estresse hídrico (leia mais sobre nossas operações em GRI 2-6 A Bracell).
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 0 | 0 | 0 | 0 | 312.800 | 312.800 | 0 | 153.151 | 153.151 | 0 | 97.615 | 97.615 | 0 | 142.030 | 142.030 |
São Paulo Celulose | 0 | 0 | 0 | 0 | 15.745.505 | 15.745.505 | 0 | 51.451.820 | 51.451.820 | 0 | 49.309.676 | 49.309.676 | 0 | 49.760.589 | |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 1.225.111 | 1.225.111 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 |
Bracell | 0 | 0 | 0 | 0 | 16.058.305 | 16.058.305 | 0 | 51.604.971 | 51.604.971 | 0 | 49.407.291 | 49.407.291 | 0 | 51.127.730 | 51.127.730 |
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 0 | 0 | 0 | 0 | 12.209.740 | 12.209.740 | 0 | 12.601.858 | 12.601.858 | 0 | 13.313.281 | 13.313.281 | 0 | 13.197.242 | 13.197.242 |
São Paulo Celulose | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A |
Bracell | 0 | 0 | 0 | 0 | 12.209.740 | 12.209.740 | 0 | 12.601.858 | 12.601.858 | 0 | 13.313.281 | 13.313.281 | 0 | 13.197.242 | 13.197.242 |
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 0 | 0 | 12.739.374 | 0 | 12.522.540 | 12.522.540 | 0 | 12.755.009 | 12.755.009 | 0 | 13.410.896 | 13.410.896 | 0 | 13.339.272 | 13.339.272 |
São Paulo Celulose | 0 | 0 | 5.208.374 | 0 | 15.745.505 | 15.745.505 | 0 | 51.451.820 | 51.451.820 | 0 | 49.309.676 | 49.309.676 | 0 | 49.760.589 | 49.760.589 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 1.225.111 | 1.225.111 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 | 0 |
Bracell | 0 | 0 | 17.947.748 | 0 | 28.268.045 | 28.268.045 | 0 | 64.206.829 | 64.206.829 | 0 | 62.720.572 | 62.720.572 | 0 | 64.324.972 | 64.324.972 |
Nota 1: os volumes de efluentes provenientes das operações de São Paulo Celulose e Papéis Sudeste são tratados conjuntamente na única Estação de Tratamento de Efluente (ETE) existente no site industrial de São Paulo. Embora a operação de Papéis Sudeste não realize lançamentos diretos no ambiente, seus efluentes são integralmente encaminhados à ETE, que também recebe os efluentes das operações de celulose.
Nota 2: nas operações industriais da Bahia, há lançamento de um único efluente em rio, qual seja efluente inorgânico ou de águas pluviais que é direcionado ao canal do SI da CETREL, onde se mistura com demais correntes de SI do Polo e depois é enviada para o rio.
Nota 2: a Bracell Papéis Nordeste conta com apenas uma ETE na unidade fabril de Feira de Santana (BA), a qual possui um circuito fechado. Portanto, não realiza lançamentos de efluentes no ambiente. Assim como as unidades de São Gonçalo dos Campos (BA) e Pombos (PE), uma vez que os processos industriais empregados são considerados secos.
Nota 4: a Bracell não realiza descarte de efluentes em água subterrânea.
GRI 303-5 Consumo de água
O consumo de água em nossas operações é calculado considerando o volume captado menos o volume de efluentes descartado.
A fábrica da Bracell Papéis Sudeste tem consumo negativo porque utiliza a água contida na própria polpa de celulose, usada no processo de produção de Tissue. Isso é possível pela localização da unidade, integrada à fábrica de celulose da Companhia, no site de Lençóis Paulista (SP). Nessa configuração, a celulose, matéria-prima para a produção de Tissue, é transportada até a fábrica de papéis por meio de tubulação, sem necessidade de secagem da polpa. A água contida na polpa de celulose utilizada no processo contribui para o volume de lançamento, mas não é contabilizada no consumo de água do processo produtivo de Tissue. Esses fatores combinados resultam em um consumo aparentemente negativo.
As fábricas da Bracell Papéis Nordeste não realizam descarte de efluentes. A captação de água da operação em Feira de Santana (BA) em 2024 foi de 193.603 m3 (leia mais no conteúdo GRI 303-3 Captação de água).
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 0 | 0 | 2.873.420 | 901.701 | 2.037.132 | 2.938.833 | 856.698 | 2.390.462 | 3.247.160 | 939.389 | 2.327.934 | 3.267.323 | 852.422 | 2.341.796 | 3.194.218 |
São Paulo Celulose | 0 | 0 | 1.734.762 | 723.742 | 4.273.603 | 4.997.345 | 719.823 | 4.292.566 | 5.012.389 | 1.014.430 | 7.048.965 | 8.063.396 | 1.023.525 | 4.443.120 | 5.466.645 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | -80.507 | -80.507 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 |
Bracell | 0 | 0 | 4.608.182 | 1.625.443 | 6.310.735 | 7.936.179 | 1.576.521 | 6.683.028 | 8.259.549 | 1.953.819 | 9.376.900 | 11.330.719 | 1.875.947 | 6.704.409 | 8.580.356 |
Nota 1: o consumo de água negativo da Bracell Papéis Sudeste ocorre porque grande parte da água utilizada provém da polpa de celulose úmida, não registrada como captação. Parte dessa água evapora ou permanece no produto final sem ser considerada no cálculo, enquanto o volume de efluentes pode incluir essa água, resultando em descarte superior à captação.
Nota 2: a Bracell Papéis Nordeste não descarta efluentes. Em 2024, a captação de água no site de Feira de Santana (BA) foi de 193.603 m3.