A Bracell atualiza sua matriz de materialidade a cada dois anos. Em 2024, desenvolvemos a versão mais recente com base no conceito de dupla materialidade, que amplia a abordagem tradicional da materialidade ao considerar duas dimensões complementares:

1. os impactos que a Companhia causa sobre o meio ambiente e a sociedade, e

2. os efeitos que fatores externos — ambientais, sociais e de governança — podem gerar sobre os negócios, sob a forma de riscos e oportunidades.

Essa abordagem traz uma visão ampliada das relações entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente, considerando tanto a perspectiva interna-externa quanto externa-interna, e alinhando-se às expectativas dos stakeholders.

A dupla materialidade integra a análise de impactos financeiros e socioambientais, aumentando a precisão na definição de prioridades e reforçando o alinhamento com as expectativas dos stakeholders.

Assim, ela possibilita à Companhia traçar ações de mitigação de impactos mais amplas e desenvolver estratégias de sustentabilidade mais abrangentes. Isso significa ter uma análise acerca dos riscos e oportunidades do negócio com mais resiliência às mudanças e com o objetivo de garantir a sustentabilidade do negócio no médio e longo prazos.

Para a Bracell, a dupla materialidade se conecta, ainda, às metas e compromissos do Bracell 2030, contribuindo para o fortalecimento e a consistência das estratégias ESG da Companhia.

A metodologia de atualização da matriz considerou três principais dimensões:

1. Materialidade financeira e ESG – Avalia como questões socioambientais podem gerar efeitos financeiros sobre o negócio. Foram realizadas entrevistas com a alta liderança da Bracell, com especialistas e lideranças setoriais externas, e conduzida uma avaliação de riscos e oportunidades com base nos critérios de probabilidade e magnitude.
2. Materialidade de impacto – Avalia os impactos da atividade da empresa sobre a sociedade e o meio ambiente. Esse processo contou com reuniões de trabalho com especialistas internos da Bracell, incluindo o vice-presidente de Sustentabilidade e representantes do time de Gestão de Riscos Corporativos. A análise utilizou critérios como probabilidade, intensidade, extensão e reversibilidade dos impactos.
3. Visão dos stakeholders – Foram consultados públicos estratégicos com base em uma matriz de priorização por grau de influência e relacionamento com o negócio. Os stakeholders consultados foram:
   1. Comunidades e parceiros florestais;
   2. Fornecedores;
   3. Associações setoriais;
   4. ONGs e organizações ambientais;
   5. Colaboradores em posição de liderança.

Adicionalmente, foram analisados documentos internos e benchmarks do setor, com referência a frameworks reconhecidos, como:

1. 1. SASB Sustainability Accounting Standard for Pulp & Paper Products;
   2. MSCI ESG Industry Materiality Map – Paper Products;
   3. S&P Global – The Sustainability Yearbook 2024 (categoria Papel e Produtos Florestais).

A partir do cruzamento dessas três dimensões — materialidade financeira, de impacto e visão dos stakeholders — foram identificados 18 temas relevantes. Desse conjunto, foram priorizados sete temas materiais:

 

1. Atração, desenvolvimento e retenção de colaboradores;

2. Biodiversidade e ecossistemas;

3. Gestão da cadeia de fornecedores;

4. Gestão de água e efluentes;

5. Mudanças climáticas;

6. Relacionamento com comunidades e desenvolvimento local;

7. Saúde, bem-estar e segurança do trabalho.

O estudo para a elaboração da matriz e os temas materiais finais foram aprovados pelo vice-presidente de Sustentabilidade e pelo presidente da Bracell.