GRI 303-2 Gestão de impactos relacionados ao descarte de água
Nossas fábricas de celulose têm certificação ISO 14001/2015, que garante a identificação sistemática de pontos críticos de consumo, por meio de uma ferramenta interna de gestão de aspectos e impactos ambientais, que estabelece controles específicos, como limites de consumo e estratégias de reúso/redução. Nossa gestão de efluentes é realizada com atendimento aos padrões de lançamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama n° 430/2011), do Decreto Estadual n° 8.468/1976 e das diretrizes dos órgãos ambientais competentes.
Na gestão de água e efluentes, são monitorados riscos de impactos potenciais, como contaminação de corpos hídricos e de ecossistemas devido ao descarte de efluentes. Também são monitorados riscos de impactos reais, como estresse hídrico em regiões já vulneráveis, afetando ecossistemas aquáticos e o abastecimento de água para comunidades locais. Esse impacto apresenta extensão abrangente e intensidade alta. A Bracell possui controles internos para prevenir e mitigar esses riscos.
A organização não possui instalações operando em locais onde não há exigência legal para o descarte de água.
Gestão de efluentes na produção de celulose kraft e solúvel
Para atendimento às legislações e requisitos das normas certificadoras, avaliamos em nossas operações de São Paulo a classe do corpo d’água receptor para garantir o lançamento ambientalmente adequado, sempre com autorização do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE).
Somos a primeira empresa do setor de celulose no estado de São Paulo a adotar tratamento de efluente em três fases:
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Primeira fase: remoção de fibras e compostos inorgânicos, utilizando processos mecânicos para separação de resíduos sólidos;
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Segunda fase: tratamento da matéria orgânica por meio de sistemas biológicos, que reduzem a carga orgânica do efluente;
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Terceira fase: filtração avançada (polimento final), garantindo a qualidade do efluente antes do retorno ao Rio Tietê.
O tratamento terciário de efluentes permite uma performance capaz de manter uma eficiência de remoção de carga orgânica, medida pela Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), de aproximadamente 98% – resultado superior ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011). Além disso, cerca de 92% da água captada do Tietê é devolvida ao rio após o processo industrial como efluente tratado.
A abordagem da organização para estabelecer os limites de descarte é baseada em regulamentações ambientais, incluindo o art. 18 do Decreto nº 8.468/1976, o art. 16 da Resolução Conama n° 430/2011, o Termo de Referência Cetesb, o Parecer Técnico 072/18/IPSE e certificações como Nordic Swan e EU Ecolabel (leia mais no conteúdo GRI 2-6 A Bracell).
Na fábrica do Polo Industrial de Camaçari, depois de consumidas no processo produtivo, as águas residuais são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento interno da Bracell, que conta com sistema de decantação. Em seguida, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel, empresa responsável pelo tratamento secundário biológico (lodos ativados), com garantia de remoção de carga orgânica superior a 95%. Após essa etapa, o efluente tratado é direcionado por um emissário para lançamento no oceano, em atendimento às portarias n° 16.507/2018 e n° 18.841/19 do Inema, Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama n° 430/2011) e das diretrizes dos órgãos ambientais competentes.
Gestão de efluentes na produção de Tissue (site de Lençóis Paulista)
Em nossa fábrica de papéis do site industrial de Lençóis Paulista (SP), temos uma única Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que centraliza o tratamento de todos os efluentes gerados nas operações de papel e celulose. O efluente do processo industrial da Bracell Papéis é enviado à ETE, assim como os efluentes provenientes das duas linhas fabris de celulose.
Gestão de efluentes na produção de celulose solúvel e especial
Para garantir a qualidade da gestão dos efluentes, em nosso site industrial de Camaçari (BA), monitoramos regularmente parâmetros físicos, químicos e biológicos, dentre os quais a demanda química de oxigênio (DQO), que determina a performance financeira da operação e possui indicador de carga orgânica para gestão e acompanhamento periódico. Esse indicador é utilizado na avaliação de eficiência do Sistema de Tratamento de Efluentes, que compreende a estação da Bracell na fábrica de Camaçari (tratamento primário – decantação) e da Cetrel, companhia instalada no Polo Industrial de Camaçari, responsável pelo tratamento secundário (lodos ativados) do efluente gerado pela Bracell.
O monitoramento contínuo do DQO garante a eficácia do processo primário, enquanto a eficiência na remoção de carga orgânica é assegurada pela etapa secundária – que, devido à mistura com efluentes de outras indústrias no complexo, não permite mensuração direta do resultado específico da Bracell no efluente final lançado via emissário submarino.
O monitoramento constante dos efluentes industriais garante a ecoeficiência do processo de produção de celulose solúvel. Também mede, de forma indireta, a qualidade do sistema de recuperação de químicos, a perda de fibras do processo industrial e a qualidade de retenção de sólidos do sistema de tratamento primário da fábrica.
No processo de gestão de efluentes industriais são consideradas duas principais correntes:
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Efluente orgânico (SO): derivado do processo industrial e do sistema de águas pluviais, com algum tipo de subproduto do processo industrial. Corresponde à maior fração do efluente gerado na fábrica sendo conduzido ao tratamento primário, internamente, e secundário, externamente, pela Cetrel;
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Efluente inorgânico (SI): também chamado de sistema de águas não contaminadas, representa a fração de efluentes gerados de sistema de coleta pluvial e/ou sistemas sem contaminantes, como purga das torres de resfriamento e trocadores de calor.
Para ambas as correntes, são monitorados parâmetros das portarias n° 16.507/2018 e n° 18.841/19 do Inema. Para o lançamento dos efluentes tratados, é considerado o perfil do corpo receptor, em atendimento à legislação federal específica (Resolução Conama n° 430/2011), além de determinações do órgão ambiental estadual Inema.
As águas residuais do processo produtivo são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento de efluentes, composto por tratamento preliminar (gradeamento e correção de pH) e tratamento primário (decantador convencional e sistema de remoção de lodo). Esse processo busca remover mecanicamente sólidos sedimentáveis, compostos basicamente por fibras celulósicas, extraídas na forma de lodo primário. Em seguida a esse processo interno na Bracell, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel. Após o tratamento secundário, o efluente é lançado no oceano por meio de um emissário.
As ações de monitoramento dos efluentes dos viveiros de produção de mudas avaliam a qualidade do efluente para evitar alterações na qualidade do solo. As ações de monitoramento dos efluentes do posto de lavagem, localizado na oficina da empresa em Alagoinhas (BA), avaliam a qualidade do efluente para evitar alterações na qualidade.
Gestão de efluentes na produção de papel (site de Pombos-PE, Feira de Santana-BA e São Gonçalo dos Campos-BA)
A gestão de efluentes nas unidades industriais de Feira de Santana (BA), São Gonçalo dos Campos (BA) e Pombos (PE) foi estruturada para garantir máxima eficiência ambiental e atender integralmente à legislação vigente. Cada unidade apresenta um perfil operacional distinto, o que demanda soluções específicas para o gerenciamento dos resíduos líquidos gerados.
No site de Feira de Santana (BA), onde ocorre a fabricação de bobinas jumbo roll, o processo industrial foi desenvolvido em circuito fechado, não havendo qualquer lançamento de efluentes industriais no meio ambiente. O tratamento é realizado em Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) própria, que remove impurezas para permitir o reúso da água no processo industrial, reduzindo impactos ambientais e otimizando o uso de recursos hídricos.
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Tratamento preliminar: a água passa pela lagoa aerada, que estabiliza temperatura, pH e vazão, garantindo a oxigenação antes da entrada na ETE;
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Tratamento primário: no decantador primário, sólidos mais pesados são separados e o lodo primário segue para adensamento e centrifugação;
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Tratamento secundário: o efluente é direcionado para equalização, que mantém a vazão e a oxigenação. Em seguida, passa pela aeração, na qual as bactérias aeróbias degradam a matéria orgânica dissolvida. No decantador secundário, o lodo ativado é separado da água tratada, recirculando parte para a aeração e descartando o excesso conforme necessário. O lodo extraído passa por adensamento e centrifugação, separando a fração seca, enviada ao aterro sanitário, enquanto a água retorna ao processo. A água clarificada segue para a cisterna, que a direciona para os filtros de limpeza, removendo partículas menores antes do tanque de reúso, que bombeia a água de volta para as máquinas de papel. Esse ciclo garante a eficiência na remoção de impurezas e a reutilização da água no processo industrial.
Já nas unidades de São Gonçalo dos Campos (BA) e de Pombos (PE), a produção é voltada para fraldas descartáveis e para a conversão das bobinas jumbo roll. Nessas unidades, destaca-se o uso de tecnologia de processo seco, que não demanda utilização de água, resultando na geração exclusiva de efluentes sanitários. Não há, portanto, geração de efluentes industriais nesses locais. Os efluentes sanitários são coletados em sistemas próprios e, periodicamente, removidos por caminhões sugadores, que transportam o material para estações de tratamento licenciadas: em São Gonçalo dos Campos (BA), o envio é feito para a ETE de Feira de Santana (Ba), enquanto em Pombos (PE), a destinação ocorre para a ETE de Recife (PE).