GRI 414-2 Impactos sociais negativos da cadeia de fornecedores e medidas tomadas
Monitoramos os riscos sociais de fornecedores prestadores de serviço que atuam diretamente em nossas operações. Em 2024, nenhum parceiro comercial foi identificado como causador ou possível causador de impactos sociais negativos.
RR-PP-110a.1: Total de emissões brutas do Escopo 1
Nosso Inventário de Gases de Efeito Estufa da Bracell utiliza orientações metodológicas dispostas na versão mais atualizada da norma ABNT-NBR ISO 14064, GHG Protocol e com as metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa é realizado de forma corporativa, contemplando as unidades fabris de celulose de São Paulo e da Bahia, e as operações florestais nesses dois estados, além do Mato Grosso do Sul.
Em 2024, as emissões fósseis da Bracell de escopo 1 representaram 43% das nossas emissões e totalizaram 731.362,80 tCO2e, com um aumento de 21,9% em comparação ao ano anterior. Esse aumento foi impulsionado majoritariamente pelo incremento no uso de combustíveis fósseis em nossa logística, principalmente devido ao aumento no raio do transporte de madeira das áreas de plantio até a fábrica, e crescimento expressivo no número de incêndios florestais.
Os gases incluídos no cálculo do escopo 1 de emissões são: CO2, CH4, N2O, HFCs e SF6.
A Bracell reporta suas emissões biogênicas de CO₂ associadas às suas operações florestais e industriais. Essas emissões incluem a combustão de biomassa, o uso de biocombustíveis renováveis na frota logística, ocorrência de incêndios e a dinâmica natural do ciclo do manejo do eucalipto. Diferentemente das emissões de origem fóssil, as emissões biogênicas são geralmente consideradas neutras em termos de carbono no longo prazo, uma vez que derivam de biomassa renovável que, durante seu crescimento, absorve CO₂ da atmosfera.
Emissões (tCO2e) | 2022 | 2023 | 2024 |
Escopo 1 | 614.673,00 | 597.454,00 | 731.362,80 |
Escopo 1 – Biogênicas | 10.415.840,85 | 10.810.512,98 | 9.156.105,51 |
Nota: as emissões biogênicas de escopo 1 acima consideram combustão estacionária (biomassa), combustão móvel, atividades agrícolas e mudança do uso do solo.
RR-PP-110a.2: Discussão da estratégia de longo e curto prazos ou plano para gerenciar as emissões do Escopo 1, metas de redução de emissões e uma análise do desempenho em relação a essas metas.
Nosso Inventário de Gases de Efeito Estufa da Bracell utiliza orientações metodológicas dispostas na versão mais atualizada da norma ABNT-NBR ISO 14064, GHG Protocol e com as metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa é realizado de forma corporativa, contemplando as unidades fabris de celulose de São Paulo e da Bahia, e as operações florestais nesses dois estados, além de Mato Grosso do Sul.
Para gerenciar o tema material Mudanças climáticas, contamos com políticas, planejamento de ações, metas e monitoramento contínuo de resultados de nossas iniciativas nessa área. Buscamos atuar em uma economia de baixo carbono e adaptada ao cenário de um planeta com temperatura média mais alta.
Estabelecemos, com o Bracell 2030, compromissos para redução de emissões de gases de efeito estufa, dentro do pilar Ação pelo Clima.
A tabela abaixo reporta nosso desempenho em 2024:
Pilar estratégico | Meta 2030 | Baseline 2020 | Meta 2030 | Meta 2024 | Desempenho 2024 | ODS atendidos |
AÇÃO PELO CLIMA |
Reduzir as emissões de carbono por tonelada de produto em 75%, para atingir 0,122 tCO₂e/adt. |
0.482 tCO2e/adt | 0,122 tCO2e/adt | 0,151 tCO2e/adt | 0,208 tCO2e/adt | 13, 14, 15 |
25 MtCO₂e removidos da atmosfera entre 2020 e 2030 |
Remoções líquidas de carbono =
emissões fósseis de GEE + emissões biogênicas LULUCF – remoções totais de CO₂ dos plantios de eucalipto e áreas de vegetação nativa |
25 MtCO2e | 22,19 MtCO2e | 4,30MtCO2e | 13, 14, 15 |
Nota: a meta de intensidade de emissões da Bracell (tCO₂e/t de produção) considera as produções de celulose kraft e celulose solúvel (dissolving). A linha de base de 2020 foi calculada com a soma direta dos volumes físicos dos dois produtos, sem aplicação de fator de conversão. A partir de 2022, com o início da produção de dissolving na unidade de São Paulo, passou-se a aplicar um fator técnico de conversão para expressar a produção de dissolving em equivalente kraft. Essa atualização traz mais aderência à realidade dos processos industriais, ao considerar as diferenças entre os tipos de produto e seus respectivos consumos e emissões.
No Bracell 2030, temos dois compromissos relacionados ao tema material Mudanças climáticas. Nossas metas foram elaboradas considerando a análise de riscos e impactos – positivos e negativos – das operações da Bracell no contexto das mudanças climáticas. Nossas operações emitem gases de efeito estufa (GEE) e capturam CO2 da atmosfera por meio do crescimento e conservação das áreas florestais sob gestão da Companhia, tanto as plantadas, de eucalipto, como as nativas.
Até 2030, assumimos o compromisso de reduzir em 75% nossas emissões de carbono por tonelada de produto fabricado, tendo 2020 como ano de referência para realizar a comparação dos dados medidos. Isso significa chegar a 0,122 tCO2e/adt. Adicionalmente, vamos remover 25 MtCO2e da atmosfera considerando o intervalo de uma década — de 2020 até 2030.
Para 2024, estabelecemos como metas intermediárias fechar o ano com 0,151 tCO2e/adt e tendo removido 22,19 MtCO2e. Os resultados mensurados são detalhados abaixo:
Meta 1: reduzir as emissões de carbono por tonelada de produto em 75%, para atingir 0,122 tCO₂e/adt.
De 2020 a 2024, reduzimos 61% de emissões de carbono por tonelada de produto, atingindo o valor de 0,208 tCO2e/adt.
Embora tenhamos alcançado uma redução de 63% de nossas emissões em intensidade nesse período, alguns fatores contribuíram para que não fosse atingida a meta estabelecida para 2024. A redução das emissões foi afetada negativamente, principalmente, pelo aumento da combustão móvel nas nossas operações e uma maior ocorrência de incêndios. Por outro lado, nesse ano alcançamos resultados significativos em nossas operações, como a diminuição no consumo de gás natural e a ampliação do uso de biomassa nos gaseificadores, o que reduziu nossas emissões de combustão estacionária – nossa categoria de mais emissão de escopo 1 – e nos coloca no caminho certo para cumprir nossas metas de longo prazo.
Estamos implementando, ainda, diversas ações para mitigar os impactos relacionados às mudanças climáticas e continuar avançando em direção à descarbonização de nossas operações. Os investimentos realizados para o uso de caminhões elétricos no transporte de celulose, em fase de testes, e para a geração e utilização de energia renovável são exemplos que detalhamos no capítulo Eficiência energética.
Meta 2: 25 MtCO2e removidos da atmosfera entre 2020 e 2030
De 2020 a 2024, removemos 4.229.568 tCO2e. Esse valor considera o balanço de carbono de nossas operações, ou seja, a diferença entre o total de remoções e emissões (antropogênicas e biogênicas LULUCF).
Em 2024, enfrentamos o mais desafiador cenário hidrológico dos últimos cinco anos na região do estado de São Paulo. Essa condição extrema foi provocada, principalmente, pelo aumento das temperaturas e pela redução significativa do volume de chuvas. O déficit hídrico tem impacto direto na produtividade florestal: quanto maior o déficit, menor o crescimento das florestas de eucalipto, o que compromete a capacidade de remoção de CO₂ da atmosfera, realizada por essas florestas em processo de crescimento.
Além disso, as condições climáticas adversas intensificaram significativamente a ocorrência de incêndios florestais.
Como resultado desses fatores climáticos extremos, alcançamos apenas 19% da meta de remoções estabelecida para 2024.
A Bracell tem desenvolvido uma série de iniciativas para mitigar esses impactos e aumentar a resiliência de suas operações frente às mudanças climáticas. Entre as principais ações estão: o monitoramento do fluxo de carbono e água em florestas plantadas de eucalipto; investimentos em pesquisa e desenvolvimento florestal (P&D); a gestão integrada de riscos e impactos relacionados ao clima; e a realização de estudos de zoneamento climático. Saiba mais nos capítulos Monitoramento do fluxo de carbono e água em florestas plantadas de eucalipto e Estudo de zoneamento climático.
RR-PP-120a.1: Emissões atmosféricas dos seguintes poluentes: (1) NOx (excluindo N2O), (2) SO2, (3) compostos orgânicos voláteis (VOCs), (4) material particulado (PM) e (5) poluentes atmosféricos perigosos (HAPs)
Os óxidos de nitrogênio (NOx), os óxidos de enxofre (SOx), o material particulado (MP) e os compostos de enxofre reduzido total (TRS) estão entre os poluentes atmosféricos mais críticos devido aos seus impactos diretos e indiretos sobre o clima e a saúde humana. Esses poluentes são principalmente gerados pela queima de combustíveis fósseis e processos industriais.
A redução dessas emissões é essencial para proteger a saúde humana, melhorar a qualidade do ar e mitigar impactos ambientais, pois são gases que estão associados a doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer, além de contribuírem para a formação de chuva ácida e para a poluição secundária. Sua redução também ajuda na proteção de sensíveis.
Em 2024, as emissões da Bracell estiveram dentro dos parâmetros exigidos pela legislação brasileira.
Substância | Unidade | Bahia Celulose | São Paulo Celulose | Bracell | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
20221 | 2023 | 2024 | 20221 | 2023 | 2024 | 20221 | 2023 | 2024 | ||
NOX | t | NA | 451,93 | 448,42 | NA | 2.847,74 | 3.131,48 | NA | 3.299,64 | 3.579,90 |
SOX | t | NA | 30,47 | 39,65 | NA | 139,89 | 59,05 | NA | 170,36 | 98,70 |
MP | t | NA | 197,30 | 199,99 | NA | 643,26 | 473,22 | NA | 840,56 | 673,21 |
TRS | t | NA | 2,70 | 12,57 | 59,14 | 43,04 | 30,93 |
59,14 |
45,74 | 43,5 |
Notas: 1. Pela materialidade do tema, a Companhia passou a reportar os dados a partir de 2023, incluindo emissões de NOx, SO₂ e material particulado.
2. Dados consideram os reportes para EU Ecolabel e Nordic Swan para celulose kraft.
3. Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs, na sigla em inglês) não são mensurados em emissões atmosféricas.
RR-PP-130a.1: (1) Energia total consumida, (2) porcentagem de eletricidade oriunda da rede pública (grid), (3) porcentagem de biomassa, (4) porcentagem de outras energias renováveis.
Temos como objetivo garantir que nossas fábricas sejam autossuficientes na geração de . Trabalhamos para que o uso da rede elétrica nacional só seja realizado nas paradas de manutenção das fábricas. Nesses casos, adquirimos energia do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A matriz energética brasileira é um diferencial importante para as operações da Bracell, com uma alta participação de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares. Isso contribui para a eficiência de nossas operações, ao mesmo tempo em que reflete nosso compromisso com práticas sustentáveis. Embora a variabilidade da oferta de energia possa afetar a disponibilidade e o custo em períodos de seca, a predominância das fontes renováveis ajuda a mitigar esses impactos e garantir a continuidade das operações de forma estável e sustentável.
Energia consumida | Bahia Celulose | São Paulo Celulose | Papéis Sudeste1 | Papéis Norddeste |
Total de energia consumida (GJ)² | 17.706.299,98 | 177.670.455,60 | 380.731,13 | 543.413,07 |
Porcentagem eletricidade de rede | 3,04 | 0,18 | 0,00
|
31,80 |
Porcentagem oriunda de biomassa³ | 77,15 | 36,46 | 0,00 | 35,36 |
Notas: 1. A Bracell Papéis Sudeste utiliza energia gerada a partir do processo de fabricação de celulose. Por esse motivo, a unidade não realiza a compra de energia.
2. Energia consumida = energia gerada + energia comprada – energia vendida.
3. Como referência para a “Porcentagem oriunda de Biomassa”, foi considerando a soma do Licor Negro e da Biomassa.
RR-PP-140a.1: Setor de Recursos Renováveis e Energia Alternativa – Produtos de Celulose e Papel | Gerenciamento Hídrico
O volume total de captação de água para as operações de São Paulo Celulose e Papéis Sudeste considera exclusivamente as fontes primárias da fábrica de celulose: seis poços subterrâneos e uma captação superficial no Rio Tietê.
Em relação às operações da Bracell Papéis, a unidade de negócio foi fundada em 2023 e reporta pela primeira vez a sua performance ambiental, referente ao ano de 2024. A Bracell Papéis Sudeste não possui pontos de captação próprios (superficial e subterrânea) e utiliza a água já captada na fabricação de celulose.
O volume de captação da operação de Papéis Nordeste considera a unidades fabris de Feira de Santana (BA). Nas unidades em São Gonçalo dos Campos (BA) e em Pombos (PE) não há captação de água, uma vez que os processos industriais empregados são considerados secos.
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 2.198 | 0 | 2.198 | 29.456 | 0 | 29.456 | 4.811 | 0 | 4.811 | 64.927 | 0 | 64.927 | 25.351 | 0 | 25.351 |
São Paulo Celulose | 309.165 | 0 | 309.165 | 328.484 | 12.947.445 | 13.275.929 | 314.537 | 49.223.892 | 49.538.429 | 457.789 | 52.016.479 | 52.474.269 | 550.327 | 49.972.528 | 50.522.855 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 1.144.604 | 1.144.604 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 |
Bracell | 311.363 | 0 | 311.363 | 357.940 | 12.947.445 | 13.305.385 | 319.348 | 49.223.892 | 49.543.240 | 522.716 | 52.016.479 | 52.539.196 | 575.678 | 51.117.132 | 51.692.810 |
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 889.754 | 14.720.841 | 15.610.595 | 872.245 | 14.559.672 | 15.431.917 | 851.887 | 15.145.471 | 15.997.358 | 874.462 | 15.738.831 | 16.613.293 | 827.071 | 15.681.068 | 16.508.139 |
São Paulo Celulose | 282.428 | 6.831.882 | 7.114.310 | 395.258 | 7.071.663 | 7.466.921 | 405.286 | 6.520.494 | 6.925.780 | 556.641 | 4.342.162 | 4.898.803 | 486.285 | 4.231.181 | 4.717.466 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 0 | 0 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 214.184 | 214.184 |
Bracell | 889.754 | 14.720.841 | 22.724.905 | 1.267.503 | 21.631.336 | 22.898.838 | 1.257.173 | 21.665.965 | 22.923.138 | 1.431.103 | 20.080.993 | 21.512.096 | 1.313.356 | 20.126.433 | 21.439.789 |
Operação | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||
Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | Florestal | Industrial | Total | |
Bahia Celulose | 891.952 | 14.720.841 | 15.612.793 | 901.701 | 14.559.672 | 15.461.373 | 856.698 | 15.145.471 | 16.002.169 | 939.389 | 15.738.831 | 16.678.220 | 852.422 | 15.681.068 | 16.533.490 |
São Paulo Celulose | 591.593 | 6.831.882 | 7.423.475 | 723.742 | 20.019.108 | 20.742.850 | 719.823 | 55.744.386 | 56.464.209 | 1.014.430 | 56.358.642 | 57.373.072 | 1.036.612 | 54.203.709 | 55.240.321 |
Papéis Sudeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 1.144.604 | 1.144.604 |
Papéis Nordeste | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | N/A | 214.184 | 214.184 |
Bracell | 1.483.545 | 21.552.723 | 23.036.268 | 1.625.443 | 34.578.781 | 36.204.224 | 1.576.521 | 70.889.856 | 72.466.377 | 1.953.819 | 72.097.472 | 74.051.291 | 1.889.034 | 71.243.565 | 73.132.599 |
Nota 1: a Bracell Papéis foi fundada em 2023 e reporta pela primeira vez a sua performance ambiental referente ao ano de 2024. A Bracell Papéis Sudeste não possui pontos de captação próprios (superficial e subterrânea), utilizando água já captada pelo site industrial da Bracell, de Lençóis Paulista (SP), onde há fabricação de celulose.
Nota 2: o volume de captação de água para as operações de São Paulo Celulose e Papéis Sudeste, considera exclusivamente as fontes primárias da fábrica de celulose, quais sejam: seis poços subterrâneos e uma captação superficial no Rio Tietê.
Nota 3: o volume de captação da operação de Papéis Nordeste considera a unidades fabril de Feira de Santana (BA). Nos sites de São Gonçalo dos Campos (BA) e Pombos (PE) não há captação de água, uma vez que os processos industriais empregados são considerados secos.
Nota 4: o volume de captação da operação florestal considera a captação dos pontos outorgados nos estados de Minas Gerais e Paraná, além do estado de São Paulo. Ambos são controlados e monitorados pelo departamento de Meio Ambiente Florestal da Bracell São Paulo Celulose. Saiba mais sobre a gestão de água da florestal no conteúdo GRI 3-3 Gestão do tema material Água e Efluentes.
RR-PP-140a.2: Setor de Recursos Renováveis e Energia Alternativa – Produtos de Celulose e Papel | Gerenciamento Hídrico
Temos operações industriais para fabricação de celulose no Polo Industrial de Camaçari (BA) e no Distrito Industrial de Lençóis Paulista (SP), além de fábricas de papéis Tissue em Lençóis Paulista (SP), Pombos (PE), Feira de Santana (BA) e São Gonçalo dos Campos (BA). São parte de nossas operações de celulose também operações florestais – da silvicultura à colheita – nos estados da Bahia, São Paulo e Sergipe
Água e efluentes é tema material para a Bracell. Nossas práticas de gestão sobre esses temas contemplam metas de redução do consumo hídrico na produção de celulose, políticas e programas para preservar a água e as bacias hidrográficas. Temos a meta de incrementar a eficiência no consumo do recurso em nossas operações industriais, gerenciar riscos e impactos de disponibilidade hídrica, e ter ganho de eficiência na gestão de efluentes gerados em nossos processos de fabricação.
Integram nossas práticas de gestão de água processos de monitoramento e controle da captação, do descarte e do consumo, em nossas operações florestais e industriais. São parte de nosso Sistema Integrado de Gestão políticas corporativas, procedimentos operacionais, matrizes de riscos, aspectos e impactos ambientais. Essas regras atendem aos requisitos das normas certificadoras ISO 14001, ISO 9001, Programa para o Endosso da Certificação Florestal (PEFC), à legislação brasileira competente, às normas regulamentadoras e a protocolos internacionais de gestão em sustentabilidade.
Os departamentos de Meio Ambiente e Certificações das operações florestais e industriais são responsáveis pelo Sistema Integrado de Gestão e têm reporte direto ao seu respectivo diretor-geral de Operação em relação à melhoria contínua de práticas de gestão e performance nas certificações, processos realizados anualmente.
Como parte do Bracell 2030, nossa estratégia de sustentabilidade, temos meta de eficiência hídrica em nosso processo industrial. Até 2030, queremos atingir 47% de redução no consumo de água por tonelada de celulose produzida, alcançando 16,6 m3/adt. Em 2024, o nosso consumo totalizou 19,2 m3/adt, atingindo a meta prevista para o ano.
Em nossas operações florestais, especificamente na silvicultura, planejamos o plantio de eucalipto a partir do estudo de zoneamento climático, conduzido pelo departamento de Pesquisa & Desenvolvimento Florestal. Esse estudo analisa dados históricos de clima, como índices de precipitação, temperatura e latitude. A partir desses dados são recomendadas áreas para plantio com mais disponibilidade hídrica (leia mais sobre nossa gestão em Ação pelo Clima).
Estamos ativamente engajados na redução do uso de produtos químicos nocivos e fertilizantes inorgânicos em nossas operações florestais com potencial de contaminação do solo e recursos hídricos. No que concerne ao compromisso de não utilizar produtos químicos listados nas convenções de Estocolmo e Roterdã, a empresa busca alternativas à sulfluramida para o manejo de formigas cortadeiras, participando de programas cooperativos e realizando testes internos para identificar opções mais seguras.
Quanto à minimização do uso de fertilizantes inorgânicos, a Bracell investiga o uso de fertilizantes organominerais produzidos a partir de resíduos orgânicos da fábrica, com um estudo de viabilidade para uma planta de compostagem. Além disso, iniciou a produção de sulfato de potássio a partir de um efluente do processo de fabricação de celulose, o que reduzirá a dependência do cloreto de potássio importado.
Classe de produto | Princípio ativo dos produtos |
Fungicida | Azoxistrobina + Difenoconazol |
Fungicida | Mancozebe + Azoxistrobina |
Fungicida | Metconazol |
Fungicida | Piraclostrobina |
Fungicida | Tebuconazol + Trifloxistrobina |
Herbicida | Flumioxazina |
Herbicida | Fluroxipir + Triclopir |
Herbicida | Glifosato |
Herbicida | Haloxifope |
Herbicida | Haloxifope + Cletodim |
Herbicida | Indaziflan |
Herbicida | Isoxaflutole |
Herbicida | Oxyfluorfen |
Herbicida | Saflufenacil |
Herbicida | Sulfentrazone |
Herbicida | Triclopir |
Inseticida | Acetamiprido + Bifentrina |
Inseticida | Alfa-cipermetrina |
Inseticida | Bifentrina |
Inseticida | Deltametrina |
Inseticida | Fipronil |
Inseticida | Imidacloprido |
Inseticida | Isocicloseram |
Inseticida | Sulfluramida |
Inseticida | Tiametoxam |
Gestão da captação de água
Em nossa fábrica do Distrito Industrial de Camaçari (BA), a captação de água é realizada em 11 poços subterrâneos, distribuídos próximos à fábrica, localizados na Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte, com outorga definida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Inema), órgão ambiental do estado da Bahia. Também há captação de água subterrânea na fábrica da Bracell Papéis no Nordeste, em Feira de Santana, realizada por meio de 14 poços subterrâneos, igualmente com outorga emitida pelo Inema. Esses poços são monitorados continuamente para acompanhamento da vazão de captação, do nível da lâmina d’água e da qualidade hídrica disponível, respeitando os padrões estabelecidos pela legislação.
Em nossas fábricas do Distrito Industrial de Lençóis Paulista (SP), a água captada é proveniente de seis poços tubulares e de água superficial do Rio Tietê – essa última fonte a 22 km da fábrica. A unidade possui também um sistema de captação de água da chuva. Temos, ainda, captação de água subterrânea em nossos dois viveiros localizados em São Paulo, um no site de Lençóis Paulista (SP) e outro no município de Avaí (SP).
A captação superficial e subterrânea também é realizada em nossas operações florestais que atendem às fábricas de Camaçari (BA) e Lençóis Paulista (SP). Do total de pontos de captação, 37 estão localizados nas operações florestais da Bahia, 251 em São Paulo, 14 em Minas Gerais e 2 no Paraná, cujos direitos de uso são autorizados pelo órgão ambiental competente. O controle e o monitoramento desses pontos são realizados periodicamente, de acordo com as condicionantes de seu licenciamento (leia mais no conteúdo GRI 303-3).
Na Bahia, a captação ocorre em seis rios principais: Pojuca, Subaúma, Itariri, Inhambupe, Sauípe e Imbassaí. Em São Paulo, ocorrem em nove Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs): Aguapeí, Peixe, Alto Paranapanema, Médio Paranapanema, Pontal do Paranapanema, Tietê Batalha, Tietê Jacaré, Tietê Sorocaba e Piracicaba/Capivari/Jundiaí. A captação em Minas Gerais inclui o Ribeirão da Onça, Ribeirão Jacurutu, afluentes do Ribeirão Jacurutu, Rio do Peixe, Córrego Sobrado e Rio Jequitaí. No Paraná, ocorre no Ribeirão Jundiaí.
Avaliamos os impactos relacionados à água por meio de uma matriz que analisa a escala e intensidade do manejo florestal, implementando medidas para prevenir e mitigar impactos negativos. Estudos periódicos avaliam o impacto do manejo na qualidade dos cursos hídricos, com análises até 2024 indicando um manejo não impactante.
Plano de Monitoramento de Recursos Hídricos
Por meio de nosso Plano de Monitoramento de Recursos Hídricos, registramos os volumes captados de forma a atender às condicionantes das outorgas para uso da água e do licenciamento ambiental que são emitidos pelos órgãos ambientais.
Em nossa fábrica localizada no Polo Industrial de Camaçari (BA), a gestão hídrica é conduzida por uma empresa autônoma do polo, que monitora a disponibilidade hídrica em relação ao volume e qualidade. É parte do Plano de Gerenciamento de Recursos Hídricos a gestão de riscos e desenvolvimento de planos de ação direcionado a 100% das empresas do Polo de Camaçari (leia mais sobre a gestão da qualidade de efluente em GRI 303-4 Descarte de água).
A Bracell compromete-se com a proteção dos cursos de água naturais por meio da implementação de zonas de amortecimento. Utilizamos dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para georreferenciar todas as informações sobre as fazendas sob gestão da Bracell. Em nosso sistema de informação geográfica, cruzamos essa coleta com outras bases, como as de unidades de conservação, de zonas de amortecimento e de áreas de proteção ambiental. Isso delimita os procedimentos operacionais em cada propriedade da Companhia, a depender das restrições e condições dos planos de manejo (leia mais em Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade).
Gestão do consumo
Nossas fábricas têm circuito parcialmente fechado de água, o que permite a reutilização ao longo do processo produtivo, reduzindo a necessidade de captação. Em nossa nova unidade de Tissue em Lençóis Paulista (SP), a água utilizada no processo de fabricação é retirada da própria celulose, purificada no processo produtivo e reutilizada, garantindo menos captação de recursos hídricos e mais eficiência no uso da água.
Na Bracell Papéis Nordeste, em Feira de Santana (BA), as águas residuárias são recuperadas após tratamento e retornam para o processo, garantindo ainda menos consumo de água fresca. Vale destacar que o conceito de circuito fechado é plenamente aplicado na unidade, que foi concebida para reutilizar 100% da água de processo. (leia mais sobre os atributos de sustentabilidade de nossas operações em GRI 2-6 A Bracell).
No viveiro, utilizamos água para a irrigação das mudas. Em nosso viveiro localizado na Bahia, também temos áreas de florestas plantadas de eucalipto. O excedente da água utilizada na irrigação é direcionado para sistemas de drenagem, infiltrando-se no solo dos talhões de eucaliptos. Nas operações de manejo, a água é utilizada para diversas finalidades, incluindo o molhamento de mudas, a preparação de caldas para aplicação de produtos químicos, o combate a incêndios, a umectação e manutenção de estradas florestais e a lavagem de maquinários.
A Bracell Bahia colabora com entidades públicas e a comunidade para garantir o suprimento sustentável de água, monitorado por uma empresa autônoma no polo de Camaçari, que identifica riscos e estabelece planos de ação (leia mais no conteúdo GRI 303-2 Gestão de impactos relacionados ao descarte de água).
A fim de assegurar o uso adequado da água, é realizado periodicamente o monitoramento ambiental em nossas operações florestais e industriais, tanto em São Paulo quanto na Bahia. Esse monitoramento é conduzido por laboratórios acreditados na NBR ISO/IEC 17025, incluindo análises da qualidade das águas subterrâneas e superficiais, e da potabilidade para água de consumo humano, assegurando conformidade com as legislações vigentes.
Gestão do descarte de efluentes
Nossas fábricas de celulose têm certificação ISO 14001/2015, que garante a identificação sistemática de pontos críticos de consumo, por meio de uma ferramenta interna de gestão de aspectos e impactos ambientais, que estabelece controles específicos, como limites de consumo e estratégias de reúso/redução.
Somos a primeira empresa do setor de celulose no estado de São Paulo a adotar tratamento de efluente em três fases:
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Primeira fase: remoção de fibras e compostos inorgânicos, utilizando processos mecânicos para separação de resíduos sólidos;
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Segunda fase: tratamento da matéria orgânica por meio de sistemas biológicos, que reduzem a carga orgânica do efluente;
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Terceira fase: polimento final do efluente tratado por meio de um sistema de flotação química, garantindo a qualidade do efluente antes do retorno ao Rio Tietê.
O tratamento terciário de efluentes permite uma performance capaz de manter uma eficiência de remoção de carga orgânica, medida pela Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), de aproximadamente 98% – resultado superior ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011). Além disso, cerca de 92% da água captada do Tietê é devolvida ao rio após o processo industrial como efluente tratado.
A abordagem da organização para estabelecer os limites de descarte é baseada em regulamentações ambientais, incluindo o art. 18 do Decreto nº 8.468/1976, o art. 16 da Resolução Conama n° 430/2011, o Termo de Referência Cetesb, o Parecer Técnico 072/18/IPSE e certificações como Nordic Swan e EU Ecolabel (leia mais no conteúdo GRI 2-6 A Bracell).
Na fábrica do Polo Industrial de Camaçari, depois de consumidas no processo produtivo, as águas residuais são coletadas e direcionadas para o sistema de tratamento interno da Bracell, que conta com sistema de decantação. Em seguida, o efluente orgânico é direcionado para a Cetrel, empresa responsável pelo tratamento secundário biológico (lodos ativados), com garantia de remoção de carga orgânica superior a 95%. Após essa etapa, o efluente tratado é direcionado por um emissário para lançamento no oceano, em atendimento à legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011) e a determinações do órgão ambiental estadual, o Inema.
A Bracell opera com padrões de qualidade de efluentes que superam as exigências regulatórias nacionais, destacando-se pelo rigor no monitoramento e tratamento de parâmetros como DBO e Demanda Química de Oxigênio (DQO). Nas operações de São Paulo, a DBO opera com níveis aproximadamente 98% superiores ao exigido pela legislação federal (Resolução Conama n° 430/2011), refletindo a eficiência do sistema de tratamento terciário exclusivo da Companhia. Nas operações da Bahia, o monitoramento contínuo da DQO garante a eficácia do processo primário, enquanto a eficiência na remoção de carga orgânica é assegurada pela etapa secundária – que, devido à mistura com efluentes de outras indústrias no complexo, não permite mensuração direta do resultado específico da Bracell no efluente final lançado via emissário submarino.
RR-PP-430a.1 Porcentagem de fibra de madeira proveniente de (1) áreas florestais certificadas por terceiros e porcentagem para cada padrão e (2) atendendo a outros padrões de fornecimento de fibra e porcentagem para cada padrão
A Bracell conduz suas operações florestais em conformidade com os padrões do Programa para o Endosso da Certificação Florestal (PEFC), garantindo um manejo ambientalmente responsável, economicamente viável e socialmente benéfico. Com a recertificação das áreas de plantio, atualizada em 2024, se dá início a um novo ciclo de cinco anos, no qual a empresa se compromete a seguir os princípios da norma e realizar auditorias externas anuais de suas operações.
Toda a madeira utilizada na produção de celulose é verificada sob padrões de certificação, sendo, em São Paulo, 70% proveniente de áreas florestais certificadas sob manejo da Bracell e 30% de fontes controladas. Na Bahia, 90% da madeira utilizada na produção de celulose é certificada, enquanto 10% provêm de fontes controladas.
Monitoramos 100% da madeira. Todos os fornecimentos passam pelo Due Diligence System (DDS), que identifica riscos ambientais e sociais, evitando a entrada de madeira de fontes controversas, alinhando-se ao compromisso da Bracell de não adquirir madeira de origem duvidosa.
No ano, 73 parceiros comerciais forneceram madeira de fonte controlada para as fábricas de São Paulo e Bahia. A Bracell realiza inspeções documentais e em campo, verificando a conformidade com práticas sustentáveis, como contenção de vazamentos de óleo, destinação adequada de resíduos, proibição de queimadas para limpeza e respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs). Além disso, a unidade da Bahia é certificada pelo padrão NBR ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental.